Por amor...
Corro mundo nas asas do vento,
Devoro distâncias imensuráveis,
Simplesmente para te alcançar
E me perder nos teus seios alvos...
Na predileção do teu intento.
Por amor...
Eu sonho, devaneio, e a tudo dou vazão,
Mas ostento a certeza de jamais me perder
E um dia poder enlaçar-te em meus braços,
Deixar fluir o que há de melhor em mim
E finalmente consumar esta paixão.
Por amor...
Canto o canto lírico da sedução,
Tal qual o mais apaixonado dos trintões,
Que rouba o dom das fêmeas da espécie
E o esparrama pelo ar, sobre o mar,
Com intuito de conquistar teu coração.
Por amor...
Perco as estribeiras e entrego-me à tentação
De desbravar as linhas sinuosas do teu corpo,
Numa excursão de prazeres inenarráveis
Onde não se diferencia o profano do sagrado,
Mas apenas a deusa, e teu fiel em devoção.
Por amor...
Escrevo missivas e a ti declamo poesias,
Na esperança que os olhares se cruzem
E possamos rendermo-nos um ao outro,
Única e tão somente um ao outro,
Nos dias quentes e nas noites frias.
Por amor...
Enamoro-me, dos teus gestos que retrato,
Enlaço o travesseiro com ímpeto e ardor,
Antecipando em deleite o que um dia virá,
Quando finalmente será meu o teu amor,
E de dois seremos um, num único ato.
Por amor...
Exercito a espera, tal qual um passatempo,
Pois é certo que um dia a terei nos braços,
E ela terá o que sempre lhe fora de direito,
Meu único tesouro: os meus sentimentos,
E, juntos, galgaremos a in finitude do tempo.
Nuno Freitas
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